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Black Mirror Temporada 5 - Qual o melhor episódio?

  • Foto do escritor: Carlus
    Carlus
  • 5 de jun. de 2019
  • 8 min de leitura

Atualizado: 9 de jun. de 2019


Black Mirror Temporada 5 - Qual o melhor episódio?

A 5 temporada de Black Mirror já estreou e traz desta vez 3 episódios.

Claramente esta temporada consolida a mudança de estilo já sentida na temporada 4 e em Bandersnatch para uma abordagem mais leve e acessível.

Todos os episódio têm um elenco de luxo a acompanhar e trazem inspiração em episódios anteriores.

De todos, Striking Viper é claramente o melhor e mais marcante.

Vê o meu vídeo com a avaliação completa



Descobre abaixo porquê!


ATENÇÃO SPOILERS


Avaliação - Smithereens - 4/5

Black Mirror Temporada 5 - Qual o melhor episódio?


Um episódio que apresenta uma forte crítica à redes sociais e o seu uso e as consequência na vida das pessoas, o que é uma temática muito interessante e pertinente, mas que a embrulha num contexto algo banal e por isso fica a falar aquele murro mais violento no estômago.

O episódio começa com um motorista (Andrew Scott de Sherlock) de algo similar à Uber, que consistentemente recolhe passageiros em Londres diante de uma empresa chamada "Smithereens". Ora "Smithereens" é um clone de uma rede social, muito provavelmente o Twitter (pois fala muito de notificações e existe outra rede concorrente muito popular chamada de "Persona" que indica ser o Facebook").

Ora, curiosamente este nome é nos conhecido numa música dos Twenty One Pilots, em que o vocalista declara amor à sua mulher dizendo que por ela, ele ficaria destruido em pedacinhos ("smithereens"), que é precisamente isso que o Twitter permite fazer: Partihar pequenos pedacinhos!

Ora este motorista, a cada passageiro que recolhe pergunta se ele trabalha na "Smithereens", e quando finalmente um funcionário de lá entra no seu carro ele rapto-o! O objectivo dele com o rapto é de conseguir falar directamente com o CEO da "Smithereens"!

Todo processo de rapto rápidamente vai escalando em problemas (desde o funcionário que ele raptou ser apenas um estagiário, a ser visto pela policia e perseguido), terminando numa tipica "hostage situation" em que ele dentro do carro ameaça matar a vitima se não falar com o CEO da "Smithereens". Mas até chegar a ele demora entre os processos corporativos da empresa e as intervenções da policia.


Black Mirror Temporada 5 - Qual o melhor episódio?

Quando finalmente estabelece a ligação ao CEO, tudo o que ele queriaa era contar-lhe a sua história. Ora ele era um viciado nessa rede social e estava constantemente ligado a ela. Ao ponto que um dia de noite enquanto conduzia na resistiu a ir ver o telemovel por uma notificação, o que originou um acidente de automóvel que matou a sua namorada..... E tudo o que ele queria era contar isso ao CEO antes de se suicidar. Perante isto o CEO tento dissuadir, mas é o refem que tenta impedir que ele se mate agarrando a arma. Mas, perante este cenário a policia pensa que é uma ameça e dispara sobre o carro....E o episódio termina com todos as pessoas a olhar para o telemóvel depois de um notificação, deixando em aberto se o tiro tinha ou não acertado. Segundo o realizador, quem foi ou não atingido não é importante, mas sim deixar os espectadores a sentir como um momento tão crucial na vida destas pessoas e uma mensagem tão importante, terminou com um notificação que as pessoas olharem a correr e seguiram com a sua vida.

Ora este episódio tem algumas proximidades com o National Anthem. Estamos numa cenário que pudemos classificar de possível (algo raro no Black Mirror) e que envolve um sequestro e muita tensão policial. Mas na minha opinião, o ponto forte do episódio não esta parte. É sim a forma caricaturada como descreve as pessoas envolvidas, principalmente o mundo de Silicon Valley. Tudo começa pelo refém, que afinal era um estagiário que lá estava apenas à um mês e que não tinha nenhum tipo de acesso ao CEO. Ele sentiu-se negando pois ele apresentava-se vestido de fato e com uma agenda elaborada (ia ao aeroporto). A expressão do motorista diz tudo: "hoje em dia não sei como são as hierarquias" como uma piada às startups.

Dai ele entra no processo de erro e bola de neve que está muito bem desenhado. Erro, após erro (ou azar), levam a estar rodeado de policias e câmaras! Já não ia conseguir sair dali.

Depois, a forma como todo os funcionários de Smithereens são descritos são criticas escondidas. A responsavel de HR que não atende a chamada, o uso de um aricular sem fios quando fala, a COO que esta a fazer jogging, o board ultra defensivo e que não confia no CEO, o facto de a empresa da rede social saber mais do que qualquer pessoa do FBI e da policia sobre a situação e de "ser capaz de o escutar"!! E por ultimo, quando conhecemos o CEO. Uma pessoa desligada de toda a tecnologia, completamente e interpretado genialmente por Tropher Grace (numa réplica de Jack Dorsey).



No entanto, creio que o episódio construi muito sobre o que ele tinha para dizer ao CEO mas no momento em que sabemos a história dele, parece bastante banal. Fiquei mesmo com a sensação que tinha acabado por ser mais um video de aviso da Prevenção Rodoviária! Não que o tema não seja relevante, claro que é! Mas tinha sido construido tudo para o Pathos e aí pedia-se algo original, dificil de aceitar ou seja nunca visto (tipo o porco no National Anthem). Esta motivação sabe a algo já muito visto e não cria o tal murro no estomago. Igualmente, o desfecho também desilude pois a intervenção do refém e o tema de não se saber se foi ou não atingido, também nos deixa insatisfeito.

Para mim temos um episódio mediano do Black Mirror, com excelentes interpretações e um inteligente piscar de olho ao mundo de Silicon Valley e aos nossos comportamentos, mas que não destrona o meu Top 4.

Venha mais dois!

Até já!


Avaliação Rachel, Jack and Ashely Too - 3/5



Este é o episódio mais leve dos 3 e tenta dar seguimento a uma faceta mais positiva de Black Mirror. Talvez por isso, creio que terminamos com um sensação de ter visto uma série juvenil e não o programa adulto que estamos habituados a ver. Por isso, este é o pior dos 3 episódios na minha opinião.

Rachel e Jack são duas jovens adolescentes que perderam a mãe recentemente e vivem com o pai (um exterminador de ratos profissional). Ambas vivem isoladas fruto do trauma. Rachel é fã de Ashely e pede de prenda de anos o boneco com IA "Ashley Too" para prenda de anos. Esse boneco é n a realidade um cópia do cérebro e personalidade da famosa cantora e rápidamente se torna na melhor amiga de Rachel. É através das conversas com ela que as míudas falam sobre os seus problemas e tenta "avançar": Graças à boneca Rachel ganha coragem para participar num concurso de talentos, dançando uma música da Ashely. A actuação não corre bem e ela fica em ansiedade por desiludir a Ashely Too. A irmã dela acaba por lhe esconder o boneco para a obrigar a viver uma vida "mais real".

Em paralelo vemos a história de Ashely, a famosa cantora pop, estrela desde criança (e em muito aspectos similar à real Miley Cirus). Ela está cada vez a sentir-se desligada da imagem pop cheia de positivismo que ela interpreta. Ela começa a escrever músicas dramáticas e a querer cantar sobre ódio, ravia. Básicamente quer passar do pop para o Rock. NO entanto, a sua agente (e tia) vê isso como mau para o negocio e tenta a limitar a todo custo de fazer isso. A solução que ela usa é dar um medicamento que controle esses sentimentos. Mas quando ela descobre que Ashley não estava a tomar os medicamentos, ela provaca-a a ficar num estado de coma. E dentro desse estado e usa tecnoligia para extrair e criar músicas do cérebro dela e cria um holograma para a substituir nas actuações (Ashley Eternal). Assim, ela terá sempre o produto que ela e os fãs querem.

Mas entretanto, a boneca acorda ao ouvir as noticias de Ashley estar em coma, mas em mau funcionamento. Então Rachel e Jack usando as experiencias do pai com ratos, conseguem reactivar o boneco e descobrem que este tinha um chip limitador no cérebro. Ao removerem isso, a Ashley Too passa a ser uma replica exacta da personalidade da Ashley real (sem filtros). E então a boneca, juntamente com Rachel e Jack, montam um plano para salvar Ashley do coma e parar o plano da tia. Quando conseguem sucesso, a série termina com Ashely a cantar a música heavy metal que ela queria, mesmo sabendo que muitos fãs não iriam gostar.

Neste episódio a verdadeiramente mensagem é "sobre seres tu próprio para seres feliz" mas aqui materializada no chip limitador. Cada uma das personagens o que conquista neste episódio do "chip limitador": Seja ele o trauma da morte da mãe, seja ele a tia manipuladora, seja ele o que o boneco tinha. Esta é a abordagem que sentimos no inicio do episódio mas infelizmente não é como termina. A certa altura a série decide abandonar o trauma de Rachel e Jack e se focar numa operação de salvamento de Ashely, transformando-se numa aventura juvenil.

Uma mudança de tom que não me agrada pois não é este o tipo série que eu pensava estar a ver e me parece ter muito pouco conexão com o mundo Black Mirror. Ficou abandonado o mais interessante (a história de Rachel e Jack), acabando por dar o protagonismo à super esrela Miley Cirus. Parace-me que o próprio episódio acabou por se "vender" aos planos da Catherine!


Striking Vipers - 4,5/5



Orginal, criativo, chocante e que nos deixa a pensar. Essas são as características que definem Black Mirror e que este episódio entrega em pleno. Foca-se numa história de relações entre pessoas dentro e fora da realidade virtual. Um claro sucessor dos premiados San Junipero e USS Calister e o melhor de esta temporada (mas mesmo assim não faz nenhum dos que lá estã sair do meu top 4)

A temática é parecida a estes 2. Danny (Anthony Mackie) e Carl são melhores amigos na universidade e dividem apartamento, dedicando grande parte do tempo a jogar videojogos, em concreto um jogo de Luta "Striking Vipers" (o equivalente ao Street Fighter).

Muitos anos mais tarde, Danny está a festejar os seus 38 anos. Ele está agora a ter uma vida "normal e banal". Casado com uma mulher que o adora, com emprego estavel, a planear o 2º filho e dedicado ao grelhados. Carl é convidado para a festa, mas ele é o solteirão aventureiro com 38 anos. Por isso, ainda vive como se tivesse 20. (quem não cenários iguais entre os amigos?). De prenda de anos Carl oferece a nova edição de Striking Vipers (a versão X), que se joga em contexto de realidade virtual (e em que os jogadores colocam um chip na cabeça como em USS Calister). A jogar elas encarnam completamente uma das personagens do jogo de luta.

Após a festa e mais tarde à noite os dois amigos ligam-se cada um de sua casa para experimentar o jogo. Carl escolhe uma lutadora feminina e Danny o tipico lutador masculino.

A sensação de jogar deixa-os fascinados pois parece real. Mas durante a luta, certo momento, as duas personagens envolvem-se com um beijo e logo a seguir numa relação sexual. Apesar de serem um casal, na realidade são dois homens a jogar!! Danny e Carl não resistem e repetem os encontros diários para jogar um jogo de luta que acaba em sexo. Um brokeback mountain da idade moderna. Estes encontros virtuais tornam-se na obsessão dos dois e que começa a ameaçar o casamento de Danny. Consciente disso, ele decide parar e contar à mulher. Mas a tentação continua lá presente e a série acaba com um acordo entre Danny e a mulher de ele pontualmente pode "jogar" com Danny e ela pode também ir para um bar "jogar" na sedução com estranhos.

Este episódio consegue por detrás de algo quase cómico (duas personagens de um jogo de luta a terem relações sexuais) tocar em dois temas cruciais da sociedade: a apatia gerada pelas vidas mudanas e a inevitavel buscar por experiências radicais para a compensar; e o lado progressivamente viciante da tecnologia de entertenimento. E é esse toque de realismo que Black Mirror sabe bem despertar no espectador e que este episódio nos traz. Temos pena das personagens por se deixarem levar para este cenário, mas também percebemos como é facil acontecer e vemos à nossa volta. Basta trocar o jogo de realidade virtual imersiva por algo do presente, como por exemplo a pornografia, e percebemos como é real.



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