Netflix Silence / Silêncio de Morte - Análise e Crítica
- Carlus
- 17 de abr. de 2019
- 5 min de leitura

Estreou este fim de semana no NETFLIX o filme SILENCE, com o titulo português de SILENCIO DE MORTE.
Um filme fala sobre uma ameaça apocalíptica que consegue dominar o planeta.
Mas na realidade ela poderia ter sido exterminada se todos os trituradores de madeira estivessem ligados ao mesmo tempo!

Vou vos falar do filme, de sugestões de outros filmes com temáticas similares que podes ver a seguir e fazer uma avaliação do filme e explicação do final.
Estamos perante mais um filme sobre o Apocalypse, conceito dentro do género de terror e ficção científica com bastante popularidade recentemente.
Nestes filmes, estamos perante um evento em que algo aconteceu no planeta terra que está a ameaçar a raça humana. Os Humanos deixam de ser a raça dominante no planeta e passam a ter que lutar pela sua sobrevivência pois estão prestes a ser extintos.
Mas o principal neste situação não é apenas o combate pela sobrevivência.
É sempre os desafios e a evolução que as personagens humanas têm que enfrentar.

O mais conhecido é a invasão de Zombies, mas também acontece com invasão de extra terrestre ou monstros que surgem como uma praga.
Silence é a adaptação para cinema do livro de Tim Lebbon e conta a história de sobrevivência de uma familia face à praga das Avistas.

Um grupo de investigadores abriu um gruta que estava fechada há séculos de onde sairam um grupo de vespas. Estas vespas atacam em grupo e reproduzem-se em grande velocidade pois deixam ovos em cada vitima que fazem. Rapidamente se expandem pelo mundo fora e começam a eliminar a espécie humana. Estas vespas são cegas e são atraídas pelo ruído. Qualquer som, chama a atenção, por isso o silencia é a solução para sobreviver.

Obviamente que o primeiro local para onde elas vão é para as grandes cidades, onde fazem uma destruição massiva.
Precisamente acompanhamos a jornada da família deste filme a fugir da cidade e tentar ir para um local mais calmo onde possam estar mais seguro.

É quase como se eles quisessem ir para onde a familia do Quiet Place estava

(mas sobre ligações sobre outros filmes já vos vou falar a seguir)

Nele acompanhamos a familia de Hug, interpretado por Stanly Tucci, com destaque para a filha dele a Ally, interpretado por Kiernan Shipka, que a conhecemos muito bem de Sabrina.

Ora este filme deixa muito a desejar e a minha é um simples 3/5
Acima de tudo porque este filme traz muito pouco de novo e dá a sensação de já termos visto vários filmes parecidos. Realmente, existe mto pouco de novo neste filme.
Começo pelo tema do apocalypse, que tão popular está e que tem clássicos como Walking Dead ou Resident Evil a representá-lo tão bem. Em simultâneo com a estreia de Silencie, o Netflix estreou também BLACK SUMMER, uma série de TV sobre zombies.
E muito em breve para a PS4 terás o Days Gone e o Last of Us II.

E claro, tens BIRD BOX que estreou no final de 2018 no Netflix, em que Sandra Bullock e a familia tenta sobreviver a um apocalypse, mas neste filme pode gritar o que ela quiser, mas não pode abrir os olhos :)
Ora Silence é inferior a muito dos titulos que falei, e principalmente aquele filme que é usualmente comparado: QUIET PLACE.

Mas antes, não pudemos nos enganar com a critica fácil de dizer que é uma cópia de Quiet Place. Isso não é verdade. O livro original de Silence foi publicado muito antes do filme Quiet place estrear e portanto a ideia do silencia é claramente originalmente de Silence.
Mas como filme, Silence não tem a mesma capacidade de criar tensão e drama que Quiet Place tem. Não só o argumento tem muitas falhas, como a ameaça não é tão terrível, como os actores não têm o mesmo impacto. Pe, a nossa Sabrina não nos chega a convencer como surda, enquanto em Quiet Place fica presos à interpretação a surda-muda XXX.
A partir daqui SPOILERS sobre o final do filme
Existem pontos positivos em SIlence.
Para começar o filme faz um esforço em ser claro no que faz. A ameaça é visível e visual. Conseguimos ver os monstros e visualmente estão muito interessantes. Ao longo do filme vamos os conhecendo melhor e percebendo os seus pontos fracos e fortes. Ao contrário de Quiet Place em que a ameaça é práticamente invisível para nós, aqui conseguimos enfrentar cara a cara.
Por outro lado, o crescimento e desenvolvimento da personagens está bem organizado no argumento.
Hug e a filha Ally vão evoluindo e se superando ao longo do filme. Começam como sendo pessoas que são gozadas pelos outros e terminam como sendo capazes de proteger a filme, enfrentar o mal e superar as suas barreiras. Aliás Ally tem direito a uma apresentação na cena final similar à de Catniss nos Hunger Games.

Igualmente acontece com a personagem da avó. Ao longo do filme vão nos deixando pequenas deixas de problemas de saude e que vai evoluindo (ir buscar a receita, a tosse, o inalador, a revelação da doença, o sacrifício,…) e quando surge o momento “banal” do sacrifício, tem bom enquadramento na história (embora muito previsível)
Agora no resto o filme falha em criar tensão, e deixa-nos no final sem um verdadeiro sentido de propósito, pois falha em 3 elementos chave nestes filmes.

Para começar o filme insiste numa mensagem escondida dos perigos da tecnologia. No início com a mãe a criticar ao filho por estar sempre a jogar e o pavor que todos têm quando descobrem que existem cidades sem electricidade e tecnologia, chegando a falar mesmo de um blackout (que eles intitulam de The Grey). Por outro lado, a tecnologia continua sempre presente com eles. Ally traz com ela um iPad que usa múltiplas vezes, incluindo no final quando já parecia quase impossível existir rede. Mas nunca chega verdadeiramente a uma conclusão com isto, pois, ao contrário de Bird Box, não existe uma lição que sociedade aprendeu nem uma mudança de hábitos.

As vespas caçam em grupo e criam uma praga e dá entender existir uma ligação com a Peste negra. tb nessa altura originou um maior obsessão com a religião e durante o filme vemos vários momentos de maior obsessão por religião e claro com o culto que rodeia a familia.
Culto quer a Ally por ser fértil mas não sabemos muito bem porque isso é importante (ainda para mais tendo em conta que no livro original tb queriam aprender linguagem gestual).
Mas este culto, que poderia ser o elemento de maior tensão no filme é estranho. Primeiro não é muito credível que um culto se tenha formado tão rápidamente, pois no filme parece ter passado poucos dias desde que tudo começou. Além disso a ideia de terem as línguas cortadas é apenas estranha, pois de forma alguma isso seria a solução para sobreviver às vespas.

E além disso, todo o comportamento da familia é estranho. Durante toda a jornada em nenhum momento ter comida e abastecimentos é um problema (o que usualmente é). A mãe sofre uma ferida grave que existe antibióticos, mas rápidamente recupera como se nada se tivesse passado.
E no final, apenas encontram o Rob no refúgio (dá a entender que nesta altura o orçamento do filme já tinha acabado e não dava para ter extras).
Parece que toda a jornada de esforço deles foi um desperdício pois, pessoalmente, acho que tudo ser resolveria se ligassem todo os trituradores de madeira do mundo ao mesmo tempo!!
Podes ver a minha avaliação em vídeo aqui
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